28 de dez. de 2015

A maior parte do tempo eu estou sozinho com estas pessoas que não sei quem são. Sei que são parte de mim, só isso deveria bastar. Mas ainda existe uma dúvida que não para, e a cabeça não aguenta. Existe uma confusão que questiona se eu deveria encher ela de coisas "normais" para que tudo seguisse. Ok, eu já ouvi falar do caminho do meio, mas eu preciso de mais um tempo.
Meditando descobri algumas verdades sobre a dificuldade de se viver neste planeta. A sensação física é tão quente, fria e morna. Isso é bem intenso, tanto quanto não consigo descrever. A condição aqui colocada para sobrevivência desse corpo e a forma a que somos atrelados a ele é inexplicavelmente insana, a ponto de impedir as pessoas de chegarem a uma lucidez freneticamente estável.

Um comentário:

  1. DEZEMBROS - (ZECA BALEIRO)


    Nunca mais a natureza da manhã
    E a beleza no artifício da cidade
    Num edifício sem janela
    Desenhei os olhos dela
    Entre vestígios de bala
    E a luz da televisão

    Os meus olhos têm a fome Do horizonte
    Sua face é um espelho Sem promessa
    Por dezembros atravesso
    Oceanos e desertos
    Vendo a morte assim tão perto
    Minha vida em suas mãos

    O trem se vai

    Na noite sem estrelas
    E o dia vem
    Nem eu nem trem nem ela

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